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Os rumores das crises de energia na Europa e na China estão assombrando as bolsas pelo mundo. Com o petróleo em alta, o mercado financeiro se dá conta de que a inflação global pode ter um tempo de duração elástico. Ontem por exemplo, o petróleo do tipo Brent, referência global, ultrapassou os US$ 80, atingindo o maior valor em três anos.
Ontem a bolsa brasileira derreteu 3,05% acompanhando o desempenho exterior. Foi a segunda menor pontuação do ano. O Vix, o índice do medo, que mede a volatilidade do mercado, chegou a subir mais de 23%, reforçando o aumento do pessimismo.
Crise de energia na boca do mercado
A crise de energia está atingindo países do mundo todo e gera um efeito cascata nos mercados. Na China, apagões em todo o país paralisam fábricas, inclusive fornecedores de empresas globais como Apple e Tesla. Milhões de residências também são afetadas. Cerca de 60% da economia chinesa depende do carvão.
Depois das baixas históricas na pandemia, o gás natural acumula alta de mais de 500% em 12 meses na Europa. No Reino Unido, 90% dos postos de combustíveis secaram nesta segunda-feira (27) com britânicos correndo para abastecer seus veículos.
Com o aumento da demanda por combustíveis e a demora da cadeia de petróleo para recompor a oferta, o banco Goldman Sachs disse que o barril de petróleo Brent pode bater os US$ 90 dólares ainda este ano.
E essa alta vem de encontro com o que os mercados já sabem ser uma realidade: desaceleração global e investidores cautelosos para dar próximos passos no mercado de ações, implicando em queda de atividades e clima de incertezas.
Nos Estados Unidos, com o petróleo batendo níveis recordes, o mercado passa a prever uma antecipação do tapering (redução de estímulos). Os títulos do tesouro americano, ativos mais líquidos do mundo e que atraem investidores sempre que o risco no mundo aumenta, atingiram níveis altos de captação. Nesse movimento quem investe tira o dinheiro da bolsa e aplica em títulos mais “seguros”.
Como a crise de energia está afetando as duas maiores economias do mundo, China e Estados Unidos, haverão possíveis reflexos para toda a economia.
No Brasil a situação é ainda mais complicada, já que se aproxima o ano eleitoral, quando as atenções se viram para a disputa presidencial. No cenário do segundo maior juros do mundo, inflação nas alturas, crise hídrica, instabilidades políticas, são combustíveis para maiores oscilações.
ESG e Transição energética
Na medida que as economias aquecem frente a vacinação e a volta das atividades, a demanda por energia tende a aumentar, e a a crise não deve acabar tão logo.
As economias ficaram reféns do clima e acendem um grande alerta sobre a utilização de fontes de energia renováveis. Os países vem acelerando a diversificação de suas matrizes energéticas, de olho no ESG.Esse tipo de informação pode ajudar na composição de carteiras para o futuro.
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