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Investidor qualificado: O que é e quem pode se tornar um

Investidor qualificado: o que é e como se tornar?

Pessoas que possuem investimentos financeiros em valor igual ou superior a R$1 milhão, por exemplo, podem acessar produtos exclusivos; confira

Você já ouviu falar sobre o investidor qualificado? Não está relacionado se o indivíduo é um investidor competente ou não. Na verdade, é uma classificação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para uma pessoa física ou jurídica. que possui aplicações financeiras em valor igual ou superior a R$ 1 milhão e que assegure essa condição por escrito, ou que possua alguma certificação que a CVM aceite para fins de consideração de investidor qualificado.

Pensando no tema, nós da Guru preparamos este conteúdo para que você entenda no detalhe o que é um investidor qualificado no mercado financeiro, como se tornar e as vantagens.

O que é um investidor qualificado?

Investidor qualificado é uma classificação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), sob a instrução CVM nº 539, para pessoas que possuem investimentos financeiros em valor igual ou superior a R$ 1 milhão e, também, que tenha atestado por escrito ser capaz de entender e ponderar os riscos financeiros relacionados à aplicação de recursos em valores mobiliários que só podem ser adquiridos por pessoas do grupo de investidores qualificados.

Como se tornar um investidor qualificado?

Caso alguma pessoa tenha interesse em se tornar um investidor qualificado e não tenha R$ 1 milhão para investir, é possível que ela consiga através da realização de um exame de qualificação técnica ou certificação aprovada pela CVM como requisito para o registro de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos próprios.

Clubes de investimentos, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas que sejam investidores qualificados, também fazem parte da classificação e, se quiserem, podem investir nas aplicações designadas para o público.

Por último, mas não menos importante, os investidores profissionais também são considerados investidores qualificados.

O requisito serve para garantir que o investidor tem, de fato, a compreensão técnica e financeira sobre os investimentos mais restritos do mercado.

Certificações aceitas pela CVM para se tornar um investidor qualificado

Certificado CGA (gestores de recursos de terceiros);

Com este certificado, o profissional está habilitado para atuar diretamente na gestão de recursos de terceiros em fundos de investimento, ações e muito mais. É requisitado para profissionais que tomam decisões de compra e venda de ativos de carteiras. Para ter o certificado, é necessário realizar uma prova com cerca de 45 questões e duas horas de duração. O exame exige 70% de acertos. 

Certificado CEA (assessores de investimento);

Certificado necessário para profissionais que atuam na indicação de produtos para consumidores, ou seja, assessores de investimento. É necessário a realização de uma prova com cerca de 70 questões.

Certificado CFP (planejadores financeiros);

Certificado internacional para profissionais que vão atuar como planejadores financeiros pessoais. Para obter a certificação, é necessária a realização da prova com cerca de 100 questões. 

Certificados CNPI (analistas de investimentos);

Esse certificado é promovido pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). Necessário para analistas de investimentos que trabalham no mercado de capitais.

Vantagens em ser um investidor qualificado

A principal vantagem de ser um investidor qualificado é ter acesso a produtos financeiros exclusivos para essa categoria, que são investimentos mais sofisticados e que aplicam em ativos do exterior, oferecendo oportunidades de rentabilidade superior à dos produtos disponíveis para investidores comuns.

Alguns exemplos são: Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio (CRI e CRA), fundos de investimento em participações (FIPs) e fundos mútuos de investimento em empresas emergentes (FMIEE).

Dessa forma, o investidor qualificado consegue dar um passo além no mercado financeiro e diversificar sua carteira com produtos e serviços exclusivos, melhorando o perfil do seu portfólio.

Riscos de ser um investidor qualificado

O acesso exclusivo a investimentos mais complexos também tem um aspecto que merece cuidado, pois os riscos e a volatilidade podem ser maiores do que nos produtos financeiros usuais.

Na visão da CVM, esse tipo de investidor tem conhecimento e experiência suficientes para lidar com esses riscos, proteger sua carteira e lidar com a volatilidade.

Inclusive, as classificações por patrimônio aplicado foram criadas justamente para evitar que pequenos investidores acabem comprometendo seu capital com produtos arrojados e inadequados para seu perfil.

Logo, você só deve se tornar um investidor qualificado se estiver ciente desses riscos e souber aplicar estratégias para mitigá-los.


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Diferenças entre investidor qualificado e profissional

Uma das principais diferenças entre um investidor qualificado e um investidor profissional está no valor do patrimônio. Enquanto o investidor qualificado precisa de um valor de mais de R$ 1 milhão aplicado, o profissional deve investir mais de R$ 10 milhões no mercado financeiro.

Sendo assim, é possível que, conforme o investidor qualificado invista, ele acabe por se tornar um investidor profissional. Porém, é possível, também, que com a redução de investimentos, o profissional volte a ser classificado como investidor qualificado.

Essas duas categorizações servem para que a CVM restrinja o acesso a certos investimentos de cada classe de investidores e, de certa forma, proteja-os de tomar decisões precipitadas.

Investimentos disponíveis

CRI e CRA

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA) são investimentos de renda fixa, mas fazem parte do chamado crédito privado. Eles apresentam um nível mais elevado de riscos, embora ainda ofereçam previsibilidade quanto à rentabilidade.

Trata-se de investimentos de longo prazo. O primeiro está associado ao mercado imobiliário e o segundo é relacionado ao agronegócio. Na prática, são títulos de dívidas com lastro nos respectivos mercados.

Uma das vantagens deles é que são isentos de Imposto de Renda, o que pode favorecer a conquista de um retorno maior. A emissão é feita por uma securitizadora e o retorno é prefixado ou pós-fixado normalmente, atrelado ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI).

Apesar de serem de renda fixa, tais investimentos não têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Além disso, há um risco de liquidez, já que existe a chance de fazer a negociação no mercado secundário, mas nem sempre ela é possível no momento desejado.

FIDC

O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) é outra possibilidade. Trata-se de um fundo de investimento que, como todos, tem como base a aquisição de cotas de participação nos resultados por parte dos investidores.

O portfólio, por sua vez, é administrado por um gestor profissional. No caso, a estratégia envolve o investimento nos chamados direitos creditórios. Eles são os direitos de recebimento de empresas, como cheques, duplicatas, promissórias e outros instrumentos financeiros.

A ideia é transformar os direitos em títulos negociáveis para que os investidores ofereçam os recursos para a empresa, na chamada antecipação de recebíveis. Em troca, o investidor recebe juros sobre o valor investido.

No caso, o processo acontece por meio do fundo constituído e com destinação mínima de 50% do seu portfólio a esses direitos.

Ao investir em tal veículo, você poderá adquirir cotas seniores ou subordinadas. As primeiras têm retorno prefixado, mas também têm preferência no pagamento, o que diminui parcialmente os riscos. Já as cotas subordinadas realizam o pagamento após as cotas seniores terem recebido elas costumam oferecer maior rentabilidade.

Os FIDC não têm cobertura por parte do FGC e, além disso, têm aporte inicial mínimo de R$ 25 mil, por regras da própria CVM. Quanto à tributação, ela segue a tabela regressiva de Imposto de Renda, com a alíquota podendo chegar a 15% a partir de 720 dias.

FIEX

O Fundo de Investimento no Exterior (FIEX) é mais uma das principais alternativas destinadas, exclusivamente, a investidores qualificados.

Ele se caracteriza por direcionar a maior parte do seu portfólio em ativos do mercado externo, diversificando o risco da sua carteira. No entanto, seu dinheiro passa a estar mais suscetível às variações da moeda estrangeira e uma queda pode desvalorizar suas cotas, por exemplo.

Os FIEX podem investir em ativos da renda fixa ou variável e também pode ter foco cambial. Logo, a estratégia pode prever a alocação tanto em títulos internacionais quanto em alternativas ligadas à renda variável.

Fundos de Investimento em Participações (FIP)

Os Fundos de Investimento em Participações (FIP) se diferenciam por investir em empresas de capital fechado. Parte dos recursos também pode ser destinada a empresas negociadas na bolsa de valores e a Debêntures que possam ser convertidas em títulos mobiliários.

Mas o principal objetivo do FIP é participar do desenvolvimento e da tomada de decisão de empresas em fases iniciais. Isso pode ser feito mediante aquisição de participação, como a compra da maior parte da empresa, por exemplo.

Então o gestor do fundo passa a atuar ativamente no empreendimento de interesse, desenvolvendo estratégias de fortalecimento, crescimento e consolidação. A ideia é fazer com que o negócio se torne mais atraente e valorizado, para que a rentabilidade seja obtida.

Há diversas estratégias possíveis, desde o capital semente (para empresas que faturam anualmente menos de R$ 16 milhões) até o foco em companhias de infraestrutura, por exemplo. Também há FIPs multiestratégia e que direcionam os recursos e a gestão para negócios de tipos variados.

Em relação à alocação dos recursos, há regras quanto ao volume mínimo de Ações, ao máximo de Debêntures e ao limite de investimento no exterior.

Além dos riscos atrelados, o FIP costuma exigir um investimento inicial menor e tem baixa liquidez. É comum que seja focado no médio e no longo prazo, com data de vencimento fixa, para que seja possível realizar os investimentos nas empresas conforme a estratégia.

FII

Talvez você já conheça os Fundos de Investimentos Imobiliários (FII), pois nem todos são exclusivos de investidores qualificados. Eles são responsáveis pela alocação de recursos em ativos do mercado de imóveis.

Várias dessas categorias de investimentos também têm títulos para investidores comuns. As nuances entre as categorizações de investidores e, também, suas mudanças, são frequentes e dependem da relação rendimento versus investimento.


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