Após o dia catastrófico de ontem para a bolsa de valores, resultado das falas sobre o teto de gastos e o programa Auxílio Brasil, o ministro Paulo Guedes confirmou nesta quarta-feira, 20, que o governo federal pagará R$ 400 de Auxílio Brasil até dezembro de 2022. No entanto, segundo o ministro, ele estuda uma forma de alterar o teto de gastos para pagar o benefício.
“Estamos passando de 14 milhões para 17 milhões de famílias e ao mesmo tempo indo para R$ 400. Nenhuma família vai receber menos que os R$ 400. É um enorme esforço fiscal, e o que nós temos discutido aqui é como é que nós podemos fazer isso dentro de toda a estrutura fiscal que nós temos hoje”
destacou Guedes durante evento promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
O programa é para substituir o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial. Segundo Guedes, existem duas alternativas para realizar o pagamento do novo benefício: a reversão do teto de gastos, acabando com o descasamento existente entre as correções do teto e das despesas obrigatórias; e a criação de exceção para pagar o auxílio.
Em diversas oportunidades o ministro citou que a estratégia da equipe econômica era custear o Auxílio Brasil com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, para abrir espaço no Orçamento, com verbas carimbadas pela reforma do Imposto de Renda, que tramita no Senado.
O ministro ainda afirmou que o programa estava previsto para entregar R$ 300, mas que a alta da inflação levou ao acréscimo temporário. “Ele nos leva justamente até dezembro do ano que vem, ou seja, enquanto nós sofrermos esses impactos trazidos pela calamidade da pandemia.”
Esse movimento parece que ainda vai dar o que falar no mercado financeiro, que sentiu na pele ontem e ainda hoje causaram alvoroço nos investidores. Enquanto houver dúvidas do custei do programa os investidores estarão incerto de movimentações, e isso implica em oscilações no Ibovespa.
Apesar de ser consenso entre economistas que a população precisa de mais benefícios, a leitura é que a forma errática e pouco clara com o governo vem introduzindo a discussão afasta investidores, que temem pela credibilidade fiscal brasileira.