A Gol (GOLL4) está considerando a possibilidade de solicitar recuperação judicial nos Estados Unidos, conforme informações divulgadas pela coluna Painel S.A., do jornal Folha de S.Paulo. A previsão é de que o pedido seja formalizado em aproximadamente um mês.
A estratégia da companhia aérea é avaliar a adesão ao Chapter 11 da lei de falências norte-americana, em vez de entrar com um pedido de recuperação judicial no Brasil. A escolha se baseia na percepção de que há mais opções de financiamento disponíveis no exterior.
A Gol planeja utilizar as próximas duas semanas para desenvolver um plano de reestruturação de dívidas fora do âmbito judicial. Contudo, essa abordagem parece enfrentar desafios, uma vez que há conflitos de interesses entre os arrendadores de aeronaves e os investidores que detêm títulos de dívida da empresa.
Por volta das 12h10, as ações preferenciais da Gol (GOLL4) registravam uma queda de 10%. No acumulado do ano, as ações apresentam uma desvalorização de 18,08%.
Há receios de que o processo possa ser recusado, levando a empresa a gastar mais tempo e recursos antes de eventualmente recorrer à recuperação judicial no Brasil.
A reportagem também destacou que diversos consultores e advogados foram contratados para auxiliar no processo. A Abra, holding resultante da fusão com a colombiana Avianca e que controla a Gol, contratou o escritório Pinheiro Guimarães Advogados. Por sua vez, a Gol conta com assessoria jurídica de Milbank, Lefosse e TWK, além da Seabury Capital, contratada no final do ano passado.
Se a recuperação judicial da Gol nos EUA for confirmada, a empresa seguirá os passos da Latam, que, em maio de 2020, recorreu ao Tribunal de Falências de Nova York (EUA) e concluiu seu processo de reestruturação em 2022.