GuruAs ações da Vale (VALE3) vivem um momento não esperado pelos acionistas. A volatilidade recente no Ibovespa, acumulando uma queda de mais de 10% desde o início do ano, pode ser atribuída a uma série de fatores, destacando os eventos significativos que têm afetado o comportamento dos papéis da empresa.
Veja os principais motivos da volatilidade da VALE3 no mercado acionário:
Desaceleração econômica na China
A economia chinesa enfrenta uma desaceleração que pode desencadear uma crise imobiliária, afetando empresas como a Vale.
O declínio na demanda por moradias entre os chineses é um sinal preocupante, especialmente com o cenário de inadimplência em grandes incorporadoras como a Evergrande e a Country Garden, resultando em perdas significativas para os investidores. A crise imobiliário gera um efeito de diminuição do consumo do minério de ferro, que afeta o mundo inteiro.
Se uma crise imobiliária realmente estourar no país, isso deverá gerar um efeito cascata a nível mundial a todos os insumos que fazem o setor rodar por lá.
Preço e demanda do minério de ferro
As incertezas em torno da economia chinesa, especialmente devido ao peso do setor imobiliário e sua demanda por matérias-primas, têm impactado o mercado do minério de ferro. Desde janeiro, a commodity tem experimentado mais quedas do que aumentos, sendo cotada atualmente a pouco mais de US$ 130 por tonelada.
Essa tendência de desvalorização afeta diretamente as ações da VALE3. A Vale está fortemente ligada ao crescimento econômico da China.
Troca de comando na Vale
O mandato de Eduardo Bartolomeu como CEO da Vale se encerra em 26 de maio próximo. A empresa anunciou que tem até o final desse período para determinar se o atual líder terá seu contrato renovado ou se será substituído.
A troca de comando tem aumentado as disputas entre os acionistas, especialmente diante da necessidade de lidar com as consequências das tragédias de Brumadinho e Mariana, ambas em Minas Gerais. Esses eventos ocorreram em conjunto com uma reestruturação que transformou a empresa em uma corporação, sem controle definido, em novembro de 2020.
A incerteza em relação ao comando gera preocupações entre os investidores quanto aos possíveis impactos nos planos de longo prazo da empresa.
Guido Mantega é cogitado como CEO
Durante janeiro, especulações sobre a possível nomeação de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, como CEO da Vale, impactaram negativamente as ações da empresa, resultando em quedas sucessivas.
Os rumores sugeriam que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, estaria pressionando os conselheiros a indicarem Mantega, dada a participação indireta do governo na Vale por meio da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.
No entanto, essa possibilidade não se concretizou, gerando desconforto entre os investidores devido à aversão do mercado a intervenções governamentais em empresas não estatais e às dúvidas sobre a adequação de Mantega ao cargo.
Provisões à Mariana
A BHP anunciou um provisionamento adicional de US$ 3,2 bilhões na Samarco, em decorrência do acidente em Mariana. Como a Samarco é uma joint venture entre a BHP e a Vale, o mercado especula sobre possíveis impactos nos resultados futuros da Vale. Espera-se que novos provisionamentos ocorram devido a processos em andamento, o que pode resultar em lucros menores no curto prazo.
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